Exposição "Janelas da Memória" de Fernando de Sousa Carvalho
05.05.2018
sábado, 10:00
Exposição patente de 05 de Maio a 03 de Junho - Café-Concerto
Janelas da Memória, de Fernando de Sousa Carvalho
Janelas da Memória
O mundo que nos rodeia, esse pequeno mundo que é específico a cada um de nós, está recheado de motivos de encanto... Mas quantos de nós damos por isso?
Para Fernando de Sousa Carvalho, natural do Entroncamento, lisboeta por adopção durante toda uma vida de trabalho e, finalmente,
“Barquinhense” por opção, nos anos tranquilos da reforma, chegou o tempo de olhar, de forma mais atenta, os lugares que o rodeiam. A máquina fotográfica passou a ser uma companheira constante, tanto em viagem como a partir do terraço da sua casa em Vila Nova da Barquinha.
Primeiro foram as pequenas decepções com a sua concepção: “tinha ficado melhor se...” , “se eu tivesse apanhado aquele ângulo dali...”, enfim toda a autocrítica que faz um verdadeiro apreciador.
Com o passar dos anos e muitos “cliques” da sua Leica, um dia reparou que tinha um vasto e diverso conjunto documental desse mundo em que cada um de nós evolui.
E, sobretudo, como é bela a zona do país que escolheu para passar os anos da reforma, com o privilégio do tempo livre.
São olhares de apreço e também de gratidão. Porque, para o citadino que regressa às suas origens, há um encanto especial nessas imagens, simples na forma mas profundamente significativas, de uma Natureza que sabe acolher forasteiros e chamá-los a si. E a melhor forma, acessível a qualquer amador empenhado, é a Fotografia, essa arte misto de técnica e de imaginação, que nos permite guardar para sempre um momento de encantamento.
Fernando de Sousa Carvalho, agora residente por opção em Vila Nova da Barquinha, mostra aqui instantâneos de um Amador no melhor sentido da palavra: aquele que verdadeiramente Ama os lugares que seduzem o seu olhar e os torna companheiros para toda a sua existência, fixados pela magia da Arte do nosso tempo que é a Fotografia.
Para Fernando de Sousa Carvalho, natural do Entroncamento, lisboeta por adopção durante toda uma vida de trabalho e, finalmente,
“Barquinhense” por opção, nos anos tranquilos da reforma, chegou o tempo de olhar, de forma mais atenta, os lugares que o rodeiam. A máquina fotográfica passou a ser uma companheira constante, tanto em viagem como a partir do terraço da sua casa em Vila Nova da Barquinha.
Primeiro foram as pequenas decepções com a sua concepção: “tinha ficado melhor se...” , “se eu tivesse apanhado aquele ângulo dali...”, enfim toda a autocrítica que faz um verdadeiro apreciador.
Com o passar dos anos e muitos “cliques” da sua Leica, um dia reparou que tinha um vasto e diverso conjunto documental desse mundo em que cada um de nós evolui.
E, sobretudo, como é bela a zona do país que escolheu para passar os anos da reforma, com o privilégio do tempo livre.
São olhares de apreço e também de gratidão. Porque, para o citadino que regressa às suas origens, há um encanto especial nessas imagens, simples na forma mas profundamente significativas, de uma Natureza que sabe acolher forasteiros e chamá-los a si. E a melhor forma, acessível a qualquer amador empenhado, é a Fotografia, essa arte misto de técnica e de imaginação, que nos permite guardar para sempre um momento de encantamento.
Fernando de Sousa Carvalho, agora residente por opção em Vila Nova da Barquinha, mostra aqui instantâneos de um Amador no melhor sentido da palavra: aquele que verdadeiramente Ama os lugares que seduzem o seu olhar e os torna companheiros para toda a sua existência, fixados pela magia da Arte do nosso tempo que é a Fotografia.
Vila Nova da Barquinha, 2018
As Primeiras Janelas
As primeiras janelas eram simples buracos numa parede. Depois, foram recobertas por pele de animais, tecido ou madeira. Portadas de abrir e fechar foram um desenvolvimento para a proteção dos moradores, permitindo, quando desejado, admitir os raios de sol. A partir do século XIV, começaram a surgir coberturas, raras e caras, feitas de aparas finas e translúcidas de chifres de animais, ou lâminas muito finas de mármore, precursoras das belas janelas de vitrais que, originárias no Oriente, no século X, faziam a inveja dos europeus.
Aos fenícios se atribui a descoberta: conta a história que casualmente descobriram que o natrão (carbonato de sódio natural) que usavam para tingir lã, ao ser atirado para uma fogueira se transformava num líquido espesso de belo aspecto. Estava descoberto o vidro, que apesar da dificuldade de manuseamento devido à alta temperatura, tinha uma enorme versatilidade, permitindo criar peças decorativas e... proteger as casas, mantendo fora o frio e a chuva – Assim terão nascido as janelas que, com vidros mais ou menos requintados, trazem luz aos interiores e alongam a visão a partir das nossas casas, sobre o mundo que nos rodeia.
Hoje, numa época de alta tecnologia, que quase tudo pode produzir, existem mesmo janelas artificiais, que fazem entrar um jorro de luz com aspecto natural numa sala sem acesso a ela... Consolo para citadinos sofisticados, elas nunca terão o encanto de uma verdadeira janela, que se abre sobre o passado e o futuro do mundo que nos rodeia…
Aos fenícios se atribui a descoberta: conta a história que casualmente descobriram que o natrão (carbonato de sódio natural) que usavam para tingir lã, ao ser atirado para uma fogueira se transformava num líquido espesso de belo aspecto. Estava descoberto o vidro, que apesar da dificuldade de manuseamento devido à alta temperatura, tinha uma enorme versatilidade, permitindo criar peças decorativas e... proteger as casas, mantendo fora o frio e a chuva – Assim terão nascido as janelas que, com vidros mais ou menos requintados, trazem luz aos interiores e alongam a visão a partir das nossas casas, sobre o mundo que nos rodeia.
Hoje, numa época de alta tecnologia, que quase tudo pode produzir, existem mesmo janelas artificiais, que fazem entrar um jorro de luz com aspecto natural numa sala sem acesso a ela... Consolo para citadinos sofisticados, elas nunca terão o encanto de uma verdadeira janela, que se abre sobre o passado e o futuro do mundo que nos rodeia…
Se os olhos são as janelas da alma, então as janelas são os olhos da nossa alma sobre o mundo que nos rodeia…
Entrada Livre
O autor
Fernando de Sousa Carvalho é natural de Entroncamento, onde nasceu em 1939.
Aqui cresceu, frequentou a escola primária e desenvolveu a curiosidade própria da juventude. De seu pai, farmacêutico, herdou o gosto e a tendência para investigar a causa das coisas...
Nos anos 50, e num meio então ainda bem pequeno, onde as crianças tinham muitas vezes de inventar os seus próprios brinquedos, começou a interessar-se pela fotografia, fazendo experiências a máquina “de retratos” da família e procurando compreender o enigma de como um simples carregar num botão acabava por se transformar num rectângulo de papel, imagem fiel de uma pessoa de família ou amiga.
Claro que algo se passava “lá dentro”... Daí a investigar o que era aquele rolinho de celulóide que, escondido dentro da máquina, captava para sempre momentos da vida... foi um curto passo.
Foi nos anos 50, já um jovem estudante com interesse particular pela área de ciências, que começou a investigar o que estava por detrás do processo fotográfico. Daí a “pedinchar” ao pai que lhe emprestasse a sua máquina fotográfica e lhe permitisse utilizar, produtos químicos existentes na farmácia para “fabricar” os seus próprios reveladores e fixadores... e à mãe...que não se zangasse por, num cantinho do seu quarto, fazer umas experiências com uns esquisitos “banhos” a tiras de papel, que jurava que se iam transformar em belas fotografias! É pena não ter ficado nada dessa época de investigação...
Mas, nessa altura, a nossa cidade era ainda uma vila sem grandes perspectivas.
O Fernando foi estudar, depois procurar um emprego e para trás ficaram as experiências fotográficas. Veio o casamento, duas filhas, a necessidade de se concentrar nas realidades do dia-a-dia... O “bichinho” da fotografia ficou lá... a dormir.
E como acontece a todos nós, chegou depois o momento da reforma, o tempo livre, o prazer de passar uma boa parte desse tempo na terra que o viu nascer e finalmente a possibilidade de comprar uma casa junto ao Tejo, com espaço e tempo livre para de novo se dedicar à fotografia... essa “arte da memória” que nos permite guardar para sempre instantes preciosos da nossa vida.
As “parceiras” dessa aventura foram: a primeira foi o célebre “caixote verde” da Kodak, mais tarde a máquina do pai, uma Kodak Compur 620, já com uma boa lente “Carl Zeiss Jena”, mais tarde ainda uma Asahi Pentax, uma Konica, uma Nikon e actualmente a Leica V-Lux2 e a Canon 600D e a Canon 77D.
A estas “parceiras” de um percurso que lhe permitiu recolher muitas e felizes recordações, o Autor testemunha o seu agradecimento.
Aqui cresceu, frequentou a escola primária e desenvolveu a curiosidade própria da juventude. De seu pai, farmacêutico, herdou o gosto e a tendência para investigar a causa das coisas...
Nos anos 50, e num meio então ainda bem pequeno, onde as crianças tinham muitas vezes de inventar os seus próprios brinquedos, começou a interessar-se pela fotografia, fazendo experiências a máquina “de retratos” da família e procurando compreender o enigma de como um simples carregar num botão acabava por se transformar num rectângulo de papel, imagem fiel de uma pessoa de família ou amiga.
Claro que algo se passava “lá dentro”... Daí a investigar o que era aquele rolinho de celulóide que, escondido dentro da máquina, captava para sempre momentos da vida... foi um curto passo.
Foi nos anos 50, já um jovem estudante com interesse particular pela área de ciências, que começou a investigar o que estava por detrás do processo fotográfico. Daí a “pedinchar” ao pai que lhe emprestasse a sua máquina fotográfica e lhe permitisse utilizar, produtos químicos existentes na farmácia para “fabricar” os seus próprios reveladores e fixadores... e à mãe...que não se zangasse por, num cantinho do seu quarto, fazer umas experiências com uns esquisitos “banhos” a tiras de papel, que jurava que se iam transformar em belas fotografias! É pena não ter ficado nada dessa época de investigação...
Mas, nessa altura, a nossa cidade era ainda uma vila sem grandes perspectivas.
O Fernando foi estudar, depois procurar um emprego e para trás ficaram as experiências fotográficas. Veio o casamento, duas filhas, a necessidade de se concentrar nas realidades do dia-a-dia... O “bichinho” da fotografia ficou lá... a dormir.
E como acontece a todos nós, chegou depois o momento da reforma, o tempo livre, o prazer de passar uma boa parte desse tempo na terra que o viu nascer e finalmente a possibilidade de comprar uma casa junto ao Tejo, com espaço e tempo livre para de novo se dedicar à fotografia... essa “arte da memória” que nos permite guardar para sempre instantes preciosos da nossa vida.
As “parceiras” dessa aventura foram: a primeira foi o célebre “caixote verde” da Kodak, mais tarde a máquina do pai, uma Kodak Compur 620, já com uma boa lente “Carl Zeiss Jena”, mais tarde ainda uma Asahi Pentax, uma Konica, uma Nikon e actualmente a Leica V-Lux2 e a Canon 600D e a Canon 77D.
A estas “parceiras” de um percurso que lhe permitiu recolher muitas e felizes recordações, o Autor testemunha o seu agradecimento.