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"Luz Negra", Exposição de Beatriz Rego

25.02.2018

domingo, 19:37

 

Exposição patente de 25 de Fevereiro a 25 de Março - Café-Concerto

“Luz Negra” de Beatriz Rego
Exposição de Fotografia
 

A inspiração deste projecto provém das raízes da fotografia, que partiram da pintura. Procurou-se a forma de expressão mais antiga, o desenho e a cor, comunicando através de imagens. Pretendeu-se que a fotografia perdesse o caracter de registo fiel à realidade. Surge deste modo, como suporte que dá vida à pintura e permite modelar o visível, registando apenas o que a luz negra permite.

Considerando a luz como a base da fotografia, aí se encontra a possibilidade de alterar e modelar a obra. A luz negra foi deste modo a fonte de iluminação escolhida, pelas suas particularidades de revelar e destacar cores que não são visíveis com fontes de luz mais comuns. A luz negra é obtida a partir da passagem da luz por uma lâmpada mais escura e sem fósforo, que deixa a luz ultra-violeta passar directamente pelo vidro. Uma das suas utilizações está associada à análise documental da pintura, permitindo revelar os traços do pincel e alterações nas obras.

Os desenhos nos modelos foram inspirados nas pinturas tribais, que remontam para o início da arte, usada como forma de diferenciar povos, culturas e expressar ideias. Os corpos dos modelos foram pintados à mão, com tintas próprias que brilham com luz negra. Apresentam-se como telas humanas, criando diferentes jogos de cor. Cada imagem mostra pinceladas e geometrias diferentes e os corpos revelam-se, ao reflectir a luz a partir da escuridão.

O conceito desta exposição baseia-se na imagem fotográfica como uma ferramenta que tem o poder de cativar o olhar e suscitar ideias e questões, associadas às experiências pessoais. Pretende-se levar o expectador a viajar e questionar a relação da fotografia com a pintura contemporânea, concentrando-se nos conceitos clássicos da arte, "o figurativo" e "o abstracto". Estes conceitos "figurativo" e "abstracto", cujo dualismo se enquadra na génese da arte moderna, têm no séc. XXI uma definição mais ténue. Misturam-se e complementam-se, sendo por vezes conceitos pouco lineares para definir algumas obras.

No percurso complexo desde a chegada da fotografia, ao entendimento das novas possibilidades da mesma, transformou-se o seu estatuto. A fotografia não veio substituir a pintura como uma forma mais realista e melhorada, excluindo o papel do traço humano no processo de reprodução. A fotografia transformou a forma de observar a luz, alterando a relação directa na obra. A luz tornou-se a forma principal de registo, em que o ofício humano cabe no olhar pessoal e a forma de transpor historias em imagens.

Entrada Livre

 

 

 

 

 

 

Beatriz Rego

Nasci e cresci na cidade das Caldas da Rainha, numa família com uma forte ligação com as artes. O gosto pela fotografia desenvolveu-se desde muito nova, quando utilizei uma câmara fotográfica pela primeira vez e me diverti a tentar fotografar os pombos do parque das Caldas.

A fotografia começou a estar mais presente na minha vida quando realizei o Curso Profissional de Técnico de Fotografia, na Escola Técnica Empresarial do Oeste, de 2010 a 2013. No último ano do curso realizei o estágio profissional de 3 meses na Rádio Mais Oeste 94.2Fm, como repórter fotográfico, onde tive a oportunidade de ter uma primeira experiência no mercado de trabalho.

Realizei aos 17 anos a primeira exposição, intitulada “Realidade Subjectiva” que esteve patente na Antiga Lavandaria do Hospital Termal, em maio de 2013. A exposição foi integrada nas actividades do “Caldas Late Night” e realizada como a Prova de Aptidão Profissional, classificada de 20 valores.

Após concluir o curso Profissional, a fotografia era uma parte fundamental da minha vida e a área que pretendia seguir. Em setembro de 2013, iniciei a Licenciatura de fotografia, no Instituto Politécnico de Tomar, onde pude aprofundar os meus conhecimentos na área da fotografia e em processos antigos e alternativos.

No ano lectivo de 2015/16 interrompi os estudos para fazer voluntariado no Canadá, na província de Ontário, como assistente de fotógrafo e professora-assistente. A experiência foi fruto de automotivação e vontade de explorar outras culturas e enriquecer os meus conhecimentos, junto de fotógrafos experientes.

Ao regressar a Portugal, realizei a exposição “MEMENTO - Caderno de Memórias”, em agosto de 2016, no Museu José Malhoa, Caldas da Rainha. A exposição foi integrada na "Feira dos Frutos", sendo as fotografias com um tema alusivo à mesma.

Em outubro de 2017 concluí a Licenciatura em fotografia, tendo realizado um livro como projecto final, com fotografia de viagem. O livro foi intitulado “From Where I Stand” e construído a partir de viagens realizadas ao longo dos quatro anos do curso.

Beatriz Rego