As diferentes camadas de representação (do país, da sociedade, do teatro, dos regimes políticos), potenciam a perceção pública de uma certa ideia de (e para o) teatro nacional, tanto enquanto edifício, como na sua missão.
Será um exercício de remontagem da história espelhada da ditadura e da democracia, a partir do papel, e do modelo, que as instituições culturais e equipamentos de programação tiveram em Portugal.
Através de linhas temáticas comuns, são estabelecidas relações entre espetáculos distintos, propondo leituras que aprofundem a prática artística e a implementação de políticas, num trabalho que identifica princípios de resistência, mas também de participação nas atividades e ações dos regimes.
A partir de materiais documentais — figurinos e trajes, fotografias, registos sonoros e audiovisuais, programas, objetos de cena, imprensa —, produz-se um comentário crítico à história social e política que o país construiu, observando a permeabilidade e a resistência do teatro a essas realidades.
A criação artística, tendo participado do processo de reconfiguração das identidades culturais do território, será objeto de análise retrospetiva de questões dominantes e atuais, inscrevendo e sublinhando o histórico do D. Maria II na transformação da perceção sobre a prática artística.
Desse modo, Quem és tu? contribuirá para uma reflexão sobre a transformação de valores como a democratização, acessibilidade e coesão territorial e a forma como estes podem ser estruturantes para a criação artística.