Grémio Caldense apresenta:
"No fundo, a ideia do Space Sextet sempre foi só uma. A de promover uma forma musical que servisse como metáfora para as múltiplas dimensões da noção de espaço na nossa vida."
Space Sextet é uma versão expandida do quarteto homónimo, de certa forma um "milagre" porque assenta no impossível. Um discurso de electrónica abstracta que decide "falar" a língua humana a partir do jazz. O fraseado melódico é articulado usando recursos como o feedback, que não podiam ser menos apropriados, mas que difícilmente seriam mais livres. Rafael Toral contínuamente repensa a música e especializou-se nesta prática instrumental enquanto exploração das noções de espaço e de silêncio. Desde o seminal Space (2006), os seus feedbacks são modelados por referências do noise, rock, ambient e electrónica, inspirados pelo pensamento de pioneiros do "espaço" como Bill Dixon ou Miles Davis.
Esta música electrónica atípica tem expressão máxima no Space Sextet, que deve a sua fluidez à inteligência composicional, inventividade, clareza, escuta atenta e abertura entre géneros que são comuns aos experientes Hugo Antunes (contrabaixo), Nuno Morão (bateria), e Nuno Torres (saxofone alto e instrumento electrónico), a que se juntam Yaw Tembe (trompete) e Riccardo D. Wanke (piano eléctrico).
Na mecânica peculiar do Space Sextet, a música desenrola-se em fluxo e movimento contínuo de renovação, desdobra-se em novos lugares no espírito e na matéria, do jazz-rock ao ambient e, segundo Rafael Toral, “cantando standards de outro planeta”.
O Space Sextet apresenta-se em estreia e na esteira da publicação de Under the Sun (ao vivo) e Directions, álbum de estúdio publicado pela Clean Feed (ambos os registos pelo Space Quartet).