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Real Combo Lisbonense

28.10.2022

sexta-feira, 21:30
Grande auditório
  • M/6

O Real Combo Lisbonense mergulha numa tradição algo perdida no tempo, a das orquestras e conjuntos de baile que animavam os bares, restaurantes, hotéis, casinos e festas em Portugal nos anos 40, 50 e 60 do século XX.

O Real Combo Lisbonense mergulha numa tradição algo perdida no tempo, a das orquestras e conjuntos de baile que animavam os bares, restaurantes, hotéis, casinos e festas em Portugal nos anos 40, 50 e 60 do século XX. Este reencontro com as origens da música popular urbana em Portugal tem tanto de nostálgico como de progressista: propõem-se manter viva uma forma de tocar em conjunto, baseada num som de orquestra, de arranjos e instrumentação própria; e manter vivo um repertório que de outra forma não poderia ser experienciado em palco neste novo século, muito mais dado a simplificar e economizar nas soluções instrumentais.

Este trabalho persistente é ainda mais importante num momento em que a música portuguesa demonstra particular vitalidade. E que se reconhece o cada vez mais importante papel da língua portuguesa no mundo, na sua dimensão lusófona e para além dela. Nesse sentido, a matriz do RCL é claramente lusa, mas, como quase toda a música pop, é igualmente cosmopolita.

Um espectáculo do RCL aspira a ser festivo e congregador; destina-se a novos e velhos, cultos e menos cultos, ricos, pobres e remediados; a todos convida para dançar. E não é por acaso que a dança está no epicentro deste projecto. Num tempo como o que vivemos, a dança, enquanto manifestação estética do ser social, propicia o encontro, a partilha e o convívio, numa das suas dimensões mais democráticas.

Entre a sua estreia em 2009 e até finais de 2013 o Real Combo Lisbonense dedicou-se a explorar o baú dos grandes sucessos e pérolas perdidas da música pop feita em Portugal. Com especial enfoque nas décadas de 50 e 60. Dessa primeira fase, saíram clássicos como a “Borracha do Rocha” ou “Sensatez”, incluídos no 1º EP, editado logo em 2009.

Dos muitos espectáculos dados nesses quatro anos sublinhe-se a série Optimus Bailes Optimus, no Clube Ferrovário e Voz do Operário, em Lisboa, e no Ateneu Comercial do Porto. Estes bailes contaram sempre com convidados especiais, num autêntico desfile de estrelas da música portuguesa: Simone de Oliveira, Rui Veloso, Lenita Gentil, Vitorino, Rui Reininho, Carminho, Miguel Araújo, Ana Bacalhau, B Fachada, Zé Pedro e muitos outros.

Importantes foram também o Grande Baile da República, em Lisboa, em 2010, por ocasião do centenário da República, no qual o RCL partilhou palco com a Orquestra Sinfónica da GNR, o pianista Pedro Brumester e a Orquestra Imperial do Rio de Janeiro. E a deslocação do grupo ao Rio de Janeiro, para actuar no mítico Circo Voador, a convite da Orquestra Imperial ,juntando mais uma vez em palco as duas formações parentes carioca e lisboeta.

Entre 2014 e 2017 o grupo dedicou-se ao legado de Carmen Miranda, com a gravação de um álbum, “Saudade de Você - Real Combo Lisbonense às voltas com Carmen Miranda”, lançado em 2014, e inúmeras apresentações, literalmente do Minho ao Algarve. Pela sua importância e impacto destaque-se o espectáculo apresentado no dia 5 de agosto de 2016, data dos 60 anos da morte da cantora luso-brasileira-americana, em Várzea de Ovelha, aldeia onde nasceu Carmen Miranda. O espectáculo foi transmitido em directo na íntegra pela Antena 1.

Depois de Carmen Miranda e da passagem pelas semi-finais do Festival da Canção 2017, onde enquanto convidados especiais revisitaram temas da história desse festival, o Real Combo Lisbonense regressou ao formato baile com um alinhamento eclético, recheado de clássicos e pérolas perdidas da música portuguesa. Em setembro de 2018 actuou nas festas de Ponte de Lima e em Barcelona, nas festas La Mercè.