O filho-da-puta é um comemorativista, um amante das datas que celebram as mortes, um militante da acumulação do regresso do passado como peso e inércia dramática e kitch, ele grita em surdina para si mesmo “viva a morte”, como o general de Franco, pois cultua as abstrações herói-maníacas, a megalomania e a grandiloquência, sendo admirador da tortura e do castigo, da sevícia. Sim, nele, tudo tem a ver com a morte, como refere Pimenta, com celebrar a morte mas também com flores de plástico.
Esta peça é um grito gramaticalmente impecável, rigoroso, pela liberdade livre e contra o preconceito e o amiguismo hipócrita e nepótico que continua a constituir os modos da nossa sociabilidade sempre muito atravessadas de ambições de poder e poderes.
Texto: Alberto Pimenta | Direção: Fernando Mora Ramos [Encenação] e Miguel Azguime [Composição Musical] | Galeria de retratos FDP’s: José Serrão | Estátua do FDP: Mariana Sampaio | Iluminação: António Anunciação e Lucas Keating | Cenografia e Figurinos: Fernando Mora Ramos | Fotografia: Lina Cruz e Paulo Nuno Silva
Quarteto de Cordas Vocais: Beatriz Antunes, Fábio Costa, Marta Taveira e Nuno Machado
Duração: 1H40